Número 2
A avalanche de informações a que somos submetidos cotidianamente acaba por tornar-nos quase que imunizados às questões humanas que marcam os fatos em que se encontram envolvidas pessoas, grupos e populações inteiras, muitos dos quais de forma negativa. Nestes últimos dias e meses, os noticiários têm acentuado sobretudo as maselas da sociedade brasileira e mundial: eleições, que, além das discussões das propostas de governo e de atuação legislativa, carregam manipulações e distorções de acontecimentos a respeito deste ou daquele candidato ou partido; a ação de grupos de delinqüentes organizados que desencadeiam ações terroristas contra o Estado e a população; de outro lado, representantes constitucionalmente eleitos pela população locupletam-se em mensalões e propinas. No contexto internacional, a escandalosa guerra que envolve Israel, Líbano e Hizbolah e os atentados continuados no Iraque e Afeganistão se, por um lado, não conseguem esconder o que realmente os motiva, isto é, o controle das fontes de energia por parte dos países do hemisfério norte, por outro, gera um círculo vicioso de ataque e vingança que só beneficia os fabricantes de armamentos. Nem os países considerados desenvolvidos têm escapado do descaso – basta lembrar que, há um ano da passagem do Katrina, as populações com menos posses de Nova Orleans ainda não puderam voltar para suas casas.
A Universidade não pode permanecer inerte a estas situações ou colocar-se na mera condição de expectadora e analista. Ao lado de suas responsabilidades pelo desenvolvimento científico e tecnológico, esta não pode esquecer sua vocação como instituição e espaço educacional. Ao lado da formação científica e técnica, apresenta-se como competência das Instituições de Educação Superior a formação cidadã. Várias universidades no país, e, dentre elas a PUC Minas, tem procurado desenvolver em meio a suas comunidades universitárias a sensibilidade e o empenho nas ações voluntárias de responsabilidade social, principalmente entre as populações mais carentes. No nosso caso, as participações de alunos e docentes no Projeto Rondon e nas ações sociais nos diferentes bairros e instituições sociais de Poços de Caldas. Tais ações, não devem ser vistas como apêndice de marketing das instituições de ensino superior, mas como constitutivos de sua missão na sociedade brasileira.
A Comissão Editorial