Unidade recebe, com frequência, animais silvestres que foram vítimas de acidentes e ataques

O Centro Veterinário da PUC Minas Poços de Caldas, conhecido por boa parte da população pelos serviços prestados a animais domésticos, é também referência no atendimento de animais silvestres na região. Neste momento, um lobo-guará e um tamanduá-bandeira estão sendo tratados no local, onde permanecerão até que se recuperem de procedimentos cirúrgicos aos quais foram submetidos. 

O macho da espécie tamanduá-bandeira deu entrada no Centro Veterinário há pouco mais de um mês. Ele passou por uma caudectomia, cirurgia para remoção da cauda, em uma universidade de Alfenas. O procedimento se fez necessário em razão de um ataque que, segundo avaliação médica, deve ter envolvido um cão doméstico. O animal foi encaminhado, posteriormente, ao Campus da PUC Minas para que pudesse receber os devidos cuidados no período pós-operatório. 

O lobo-guará, também oriundo da região de Alfenas, já acumula uma estadia mais longa no Centro Veterinário. Há alguns meses, foi recebido com fraturas nas patas e fêmur, decorrentes de um atropelamento, além de vermes no organismo identificados logo nos primeiros exames clínicos. Ao todo, foi submetido a cinco cirurgias, sendo quatro ortopédicas e uma de remoção do rim, órgão atacado pelos vermes. O animal ainda enfrenta um quadro infeccioso.

Lobo-guará em tratamento no Campus. Crédito: Fernanda Garcia (Asscom PUC Minas Poços de Caldas).

O professor Flavio Elston, supervisor do Centro Veterinário da PUC Minas Poços de Caldas, avalia positivamente o envolvimento dos acadêmicos com este tipo de demanda. Para ele, as principais funções da Universidade neste contexto são oferecer conhecimento aos estudantes e promover a recuperação dos animais. O docente alerta ainda para o crescimento de ocorrências envolvendo espécies silvestres em áreas urbanas, especialmente nas estradas. 

"É importante que os alunos tenham conhecimento sobre como cuidar e onde buscar informação para tratar da melhor forma os animais silvestres. Como estão aumentando essas ocorrências, também está mais frequente a chegada destes animais às clínicas da região. Nossos alunos são muito bem preparados para recebê-los e acolhê-los, fazendo os tratamentos de emergência", destaca. 

A professora Erika Fruhvald, do Curso de Medicina Veterinária do Campus, é especializada no atendimento de animais silvestres e se envolve diretamente nas demandas relacionadas a este escopo dentro do Centro Veterinário. Ela observa que há uma grande demanda para cuidados a animais de vida livre na região Sul de Minas Gerais, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. 

"Tenho desenvolvido junto aos alunos do Grupo de Estudo de Animais Silvestres (GEAS) o atendimento a animais silvestres vítimas de mordeduras, atropelamentos, intoxicação ou outras causas antrópicas. Após os cuidados, eles ficam à disposição para que o Instituto Estadual de Florestas (IEF) encaminhe-os para reabilitação e soltura, instituição zoológica ou mantenedouro de fauna", explica. 

Tamanduá-bandeira em tratamento no Campus. Crédito: Fernanda Garcia (Asscom PUC Minas Poços de Caldas).

Fundado em 2001, o Centro Veterinário tem infraestrutura e profissionais qualificados para atender tanto animais domésticos, que representam a maior parte da demanda, quanto silvestres ou até mesmo os chamados pets não convencionais. Em 2021, até o início deste mês, foram realizados 438 atendimentos no local, dos quais 46 foram direcionados a espécies do grupo de pets não convencionais, como coelho, calopsita, porquinho-da-índia, periquito-australiano, galo, ganso e marreco, além de animais silvestres como iguana, maritaca, jabuti e tigre-d'água. 

Interessados em atendimentos no Centro Veterinário da PUC Minas Poços de Caldas podem se informar sobre agendamentos e valores no telefone (35) 3729-9283. A unidade fica aberta de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h.